Por muito tempo achei...
Que a ausência é falta...
E lastimava, ignorante, a falta...
Hoje não a lastimo...
Não há falta na ausência...
A ausência é um estar em mim...
E sinto-a, branca, tão pegada,
Aconchegada nos meus braços,
Que rio e danço...
E invento exclamações alegres,
Porque a ausência assimilada,
Ninguém a rouba mais de mim...
Que a ausência é falta...
E lastimava, ignorante, a falta...
Hoje não a lastimo...
Não há falta na ausência...
A ausência é um estar em mim...
E sinto-a, branca, tão pegada,
Aconchegada nos meus braços,
Que rio e danço...
E invento exclamações alegres,
Porque a ausência assimilada,
Ninguém a rouba mais de mim...
Carlos Drummond de Andrade
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